Dados da PQ Media, plataforma que cruza dados das principais consultorias do mundo, apontaram que os investimentos globais voltados para o marketing de influência em 2023 foram 17% maiores em comparação ao ano anterior, superando os US$30 bilhões no mundo todo. Na era do conteúdo, o que um influenciador diz, muitas vezes, causa maior impacto do que qualquer outra “mensagem oficial”. Ou seja, a influenciar é o momento!
Haja visto que a população média brasileira tem dificuldade para identificar uma notícia falsa, reconhecer que o mercado da influência também impõe um desafio é missão de todo comunicador. Não digo que incluir influenciadores em nossas estratégias é uma alternativa furada – pelo contrário, mas sucumbir à influência como a única maneira de ter a transmissão relevante de uma mensagem ou a conversão de uma venda não pode ser nossa única linha de construção.
É sabido que a era da informação, com o boom das redes sociais, transformou radicalmente a maneira como consumimos e compartilhamos conhecimento, empoderando a todos que têm acesso à rede a disseminar informação e opinião. Nesse cenário, qualquer pessoa com conexão pode criar conteúdo e influenciar. Esse fenômeno ampliou a diversidade de vozes e opiniões disponíveis, enriquecendo o debate público e facilitando a disseminação de ideias inovadoras.
No entanto, essa abundância de informação também trouxe desafios significativos, como a propagação de fake news e a dificuldade em distinguir fontes confiáveis. A influência, que antes estava concentrada em instituições tradicionais como a mídia e a academia, agora está fragmentada entre diversos influenciadores digitais. Esses influenciadores têm o poder de moldar opiniões e comportamentos de seus seguidores, muitas vezes sem o mesmo rigor ou responsabilidade das fontes tradicionais.
Além disso, o fenômeno das múltiplas bolhas com quem cada influenciador e influenciadora dialoga, intensificou a segmentação da audiência, onde algoritmos personalizam o conteúdo com base em preferências individuais. Isso pode levar à polarização e ao isolamento de grupos em suas próprias realidades informativas, dificultando o diálogo e a compreensão mútua.
A influência na era da informação é, ao mesmo tempo, uma oportunidade como um ponto de atenção, pois acarreta responsabilidades sobre o conteúdo ou produto divulgado e todo o ciclo à sua volta, incluindo marcas, agências, mercado e, claro, a audiência. O diálogo entre quem alcança mais e a estratégia com responsabilidade segue sendo fundamental.